domingo, 19 de fevereiro de 2012

Cafeína: Amiga ou vilã?



Primeiro,  vamos entender o que é isto da cafeína. A cafeína é um estimulante do grupo dos alcalóides, tal como a morfina, a codeína, o ópio, etc. No entanto, a sua acção sobre o nosso organismo, e o facto de não ter a capacidade de provocar os sintomas típicos de uma droga, faz com que esta seja a droga social mais aceite e legal em todo o mundo. É esta a razão da cafeína provocar dependência, tanto física como psíquica, e a sua abstinência causa sintomas físicos bastante pesados, tais como náuseas, cefaleias (dores de cabeça) intensas e latejantes, ansiedade e nervosismo acentuado, palpitações, etc. É importante referir que estes sintomas, e o risco de dependência variam de pessoa para pessoa. A cafeína é encontrada no café, chocolate (cacau), alguns chás e outras plantas.

Ela age sobre o sistema nervoso central, estimula a actividade dos músculos lisos, principalmente do miocárdio, estimula a diurese e a respiração. Promove ainda a libertação de adrenalina na corrente sanguínea.


Afinal a cafeína causa algum dano à saúde?

A resposta a esta pergunta é "nim". Não são poucos os estudos que ligam o consumo de cafeína, a doenças cardiovasculares, hipertensão ou cancro. Posso-vos dizer que durante dias, passei horas a fio a procurar artigos com as diferentes opiniões, dos mais diversos Médicos, Cardiologistas e Nutricionistas, até porque sou um consumidor bastante acentuado de café. Posso-vos dizer que a maioria dos estudos que provam malefícios da cafeína, não passam de grandes "fakes" que caiem por terra, ao faltar teses e provas consistentes que de facto ela nos faz mal. No entanto, não nos podemos esquecer que a cafeína é uma droga e, como tal, há pessoas sensivéis a ela, e é aqui que está o maior perigo. Com certeza que todos vocês já reagiram mal ao tomar um medicamento, provocando-vos sintomas físicos e um grande mal-estar. Isso deve-se ao facto de haver pessoas que são hipersensiveis à droga em que o medicamento é feito. A cafeína não é excepção, e há pessoas que têm intolerância a ela, assim como há pessoas intolerantes ao glúten, há lactose, ou a alguns medicamentos, etc. Nestas pessoas, o consumo de cafeína, mesmo que leve, pode provocar agitação, nervosismo, palpitações, vómitos, taquipneia (respiração acelerada), taquicardia (frequência cardíaca acelerada), aumento da frequência urinária, arritmias cardíacas, elevação da pressão arterial e insónias. Neste grupo de pessoas, é recomendado a que não haja consumo de cafeína, mesmo que mínimo.

Nas restantes pessoas, a cafeína não provoca doença alguma, antes pelo contrário. O café tem antioxidantes, responsáveis por prevenir o cancro, o envelhecimento precoce, as doenças degenerativas e as doenças cardiovasculares. Ele tem, igualmente, a capacidade de melhorar temporariamente a capacidade cognitiva, a memória e a atenção.

O café provoca hipertensão?

Mais uma vez, a resposta é "nim". De facto, a cafeína presente no café tem a capacidade de obrigar as glândulas supra-renais a produzirem catecolaminas, principalmente adrenalina. A adrenalina é uma hormona que eleva o batimento cardíaco, deixa-nos em estado de alerta, e sobe momentaneamente a pressão a arterial,mas mais uma vez, esta resposta da cafeína ao aumento da adrenalina, depende de pessoa para pessoa. Eu, por exemplo, mesmo que beba dois cafés seguidos, se for medir a minha pressão arterial, continua a níveis perfeitamente normais.
No entanto, mais uma vez ressalvo: pessoas sensíveis à cafeína podem sofrer um aumento muito maior da pressão arterial. No que diz respeito aos hipertensos, eles também devem ter um consumo mais restringido, não devendo ultrapassar as 100 a 150 mg diárias, desde que não sejam sensíveis a ela. Obs.: Um café expresso tem aproximadamente 100 a 150 mg de cafeína.

Qual o efeito da cafeína no sono?

De facto, a cafeína pode provocar insónia, pelos mais diversos motivos. Entrando um pouco em bioquímica, a cafeína é um antagonista da adenosina. A adenosina é uma hormona produzida no nosso organismo, responsável por nos provocar a sensação de sonolência, e a cafeína age sobre os seus receptores, bloqueando assim a agregação de adenosina. Ela, promove,igualmente, um maior estímulo da produção de adrenalina, que nos irá manter em estado de vigia/alerta, e mais agitados. O efeito que ela tem no sono, é tão mais grave, quanto maior a sensibilidade à cafeína.

A cafeína tem uma dose diária máxima?

Claro que sim, pois qualquer substância, até mesmo a água, pode-se tornar tóxica ao organismo, quando consumida de forma abrupta, repetida, desregulada e exagerada. Sabe-se que a dose letal de cafeína a 50% da população é de 10 gramas, o que equivale a 100 cafés. Será que isso significa que se pode beber 10,20, 30 cafés por dia? Obviamente que não! A cafeína, quando consumida de forma exagerada, durante um longo prazo, pode não matar imediatamente, mas causar sérias doenças, principalmente arritmias cardíacas, interferir na qualidade do sono etc. É aqui que está a diferença entre intoxicação aguda, e intoxicação crónica. É por essa razão, que vários especialistas estabelecerem um limite de 300 mg de cafeína por dia, como sendo o limite saudável, o que equivale a 3 cafés de "máquina" (expressos). Qualquer dose superior a esta, pode-se tornar nefasta ao organismo.

O descafeínado é uma boa alternativa a quem tem restrições ao consumo de cafeína?

A resposta é sim, mas nunca, jamais em tempo algum consuma descafeínados em que o seu processo de retirada da cafeína, não seja feito à base de água. Algumas indústrias, no processo de eliminação de cafeína, utilizam solventes químicos potencialmente cancerígenos e teratogénicos.

Observações e curiosidades:

- Muitos medicamentos para as dores, principalmente de cabeça que contém paracetamol, tem cafeína na sua composição, pois esta aumenta o seu poder analgésico.
- Se for fazer análises ao sangue,principalmente para medição da glicose (glicémia), não tome café antes. O café estimula o aumento temporário (e benigno! Não quero que fiquem a pensar que o café provoca diabetes), da glicose circulante na corrente sanguínea.
- A cafeína tem uma meia-vida a cerca de 5 horas (pode variar entre 4 a 12 ou mais, dependendo de vários factores), o que significa que demora 12 horas até o nosso organismo expulsa-la toda. Este dado é especialmente importante para se evitar o acumulo de cafeína no sangue, especialmente pelo consumo repetido de café. As pessoas que notam que o café interfere no seu sono, não devem beber cafeína à tardinha ou à noite.

É importante referir que, mesmo as pessoas que não são sensíveis à  cafeína, não devem consumir café à noite,pois mesmo que não tenham dificuldade em adormecer, a cafeína irá fazer com que o sono não seja tão profundo, nem tão reparador,  o que a longo prazo, pode causar sérios problemas de saúde.

Nota: Após um user de um fórum que sigo me ter recomendado um artigo cientifico, relacionado com o café, onde mostra os seus grandes benefícios, quero então partilhá-lo com vocês.
Está em inglês, mas é de fácil leitura, e não deixa de ser uma óptima referência!

http://www.lef.org/magazine/mag2012/jan2012_Discovering-Coffees-Unique-Health-Benefits_01.htm

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