Estou a escrever este post, para esclarecer um assunto que a mim me causa uma certa irritação: O facto de apelidarmos de enfarte/ataque cardíaco a tudo o que é paragem cardíaca. Todos nós já ouvimos situações de jogadores de futebol, e outros desportistas "pesados" que caíram inanimados no chão, em paragem cardiorespiratória. Infelizmente a maioria acaba por falecer, ou por ficar com lesões neurológicas irreversíveis. No entanto, nem todas as paragens cardíacas se devem a enfartes, assim como nem todos os enfartes causam paragens cardíacas. Essas situações chamam-se de morte súbita, e ocorre pelos mais diversos motivos, mas principalmente por malformações cardíacas congénitas que, podem levar a duas arritmias gravíssimas: A fibrilhação ventricular ou a taquicardia ventricular sem pulso. Afinal o que é isto?
Tanto a fibrilhação ventricular, como a taquicardia ventricular sem pulso, são arritmias em que, leigamente falando, o coração emite impulsos eléctricos, mas estes são de tal forma desorganizados que não conseguem estimular o batimento cardíaco, com o respectivo débito. Assim, o coração não bate, o sangue não circula, e se a pessoa não for assistida prontamente, fica clinicamente morta! Numa situação de enfarte agudo do miocárdio, quando a artéria obstruída é uma das grandes principais, ou quando a isquémia (interrupção abrupta de oxigénio) é prolongada, pode levar a que ocorra a fibrilhação ventricular, ou a taquicardia ventricular sem pulso, mas mais uma vez repito: a maioria das mortes súbitas em jogadores, devem-se a malformações cardíacas e não a Enfartes! Há que saber separar as duas coisas.
A primeira imagem mostra um electrocardiograma que apresenta fibrilhação ventricular, e a figura B mostra a taquicardia ventricular, que pode ser com ou sem pulsação, as tais duas arritmias letais, causadoras de PCR (paragem cardiorrespirarória).
Afinal como se trata?
As únicas "terapias" efectivas para a morte súbita, leia-se paragem cardiorrespiratória, são as compressões cardíacas com qualidade, para manter o fluxo sanguíneo, com o respectivo aporte de oxigénio e nutrientes aos órgãos nobres, principalmente ao cérebro, e a desfibrilhação, choque eléctrico emitido pelo desfibrilhador. Esse choque tem como objectivo organizar o estímulo eléctrico produzido no coração.
Como podem ver através destes dois gráficos, quanto mais cedo forem iniciadas as manobras de reanimação, maior a possibilidade de sobrevivência, sem grandes sequelas.
Isto mostra a grande importância que têm os cursos de suporte básico de vida para a população leiga, pois um simples gesto pode salvar uma vida!
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